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Mãe de João Vinícius ‘luta por justiça’ contra empresa de eventos que se nega a cumprir deveres legais
Família de jovem que morreu eletrocutado em festival no Rio de Janeiro ainda não recebeu amparo da produtora brasileira 30e

Por: Cibele Fiuza

Roberta Isaac (dir.) e o filho João Vinícius, que morreu eletrocutado durante o festival I Wanna Be Tour RJ de 2024 | Reprodução: Instagram @robertaaaiis

Mais de um ano após a morte de João Vinícius Ferreira Simões, vítima de eletrocussão no festival I Wanna Be Tour RJ, em 9 de março de 2024, a mãe do jovem, Roberta Isaac, afirma que ainda não recebeu nenhum tipo de apoio psicológico ou financeiro da 30e, produtora responsável pelo evento realizado no Riocentro.

Com a perda, ela transformou a dor em luta ao abraçar uma causa social pela denúncia da banalização da vida humana por parte de empresas privadas e pela cobrança à esfera pública por mudanças verdadeiras. “Como mãe, esperava, no mínimo, uma atitude de respeito da empresa responsável, mas, ao invés disso, recebi apenas o silêncio ensurdecedor e o descaso”, afirma Roberta, que está há mais de oito meses sem “nenhum tipo de suporte emocional, explicação ou sequer uma palavra de conforto em um momento de tamanha vulnerabilidade”.

Na edição do ano passado, o festival teve uma mudança de local anunciada 15 dias antes da realização na capital carioca. Originalmente programado para ocorrer no estádio do Engenhão, o Nilton Santos, o evento passou para o Riocentro, onde a morte ocorreu enquanto uma forte tempestade acontecia.De acordo com a perícia, as instalações do local estavam em desacordo com as normas técnicas, com fios desencapados e submersos na água. As testemunhas no local relataram ao jornal Correio Braziliense que não houve nenhum aviso ou protocolo de segurança indicado ao público.

Após o ocorrido, a família realizou uma denúncia que foi formalizada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro e resultou em um pedido de prisão preventiva de nove pessoas por dolo eventual (quando se assume o risco de que a conduta possa resultar em um crime, mesmo sem a intenção direta de cometê-lo), e quatro por fraude processual. Dentre os envolvidos, estão integrantes da produtora 30e. Os próximos passos jurídicos dependem da análise do magistrado.

No dia 10 de março, a produtora 30e emitiu uma nota oficial em nas mídias sociais lamentando a tragédia e afirmando já ter estabelecido contato com a família do jovem para prestar solidariedade e toda assistência necessária.

 

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