Cultura
Balangandãs representam a herança africana no Sesc Belenzinho
Símbolos de proteção dos escravizados serviram como inspiração para exposição que segue até o dia 22 de fevereiro

Por: Lucas Daniel

Diante de uma sociedade escravocrata e sexista, essas mulheres ascendem dentro de um sistema desfavorável | Reprodução YouTube/Sesc

Diante de uma sociedade escravocrata e sexista, essas mulheres ascendem dentro de um sistema desfavorável | Reprodução YouTube/Sesc

A artista baiana Nádia Taquary usou de referência os balangandãs para conceber a exposição “Ònà Irin: caminho de ferro”, montada no Sesc Belenzinho, em São Paulo. A mostra está em cartaz desde o dia 23 de outubro e conta com 22 obras de diferentes fases da vida da expositora em linguagens que homenageiam o orixá Ogum, o feminino e o sagrado perpetuado por mulheres.

“Não vejo nada ligado a acessório, vejo tudo aqui ligado à história. Até uma penca de balangandãs, que você pode pensar que é um acessório, nunca foi. Foi uma forma de pecúlio no próprio corpo, um corpo que precisava, mesmo tendo dono, ser o guardador de sua própria economia, porque não havia uma outra possibilidade, uma conta em banco”, pontuou a artista, em entrevista à Agência Brasil, durante a montagem da exposição.

Nádia iniciou a pesquisa sobre joalheria afro-brasileira em 2010, que materializa o feminino e o divino em instalações, esculturas e objetos-esculturas. Movida pelo desejo de partilhar com o público, Nádia divide pelo salão escuro e parte iluminada da unidade do Sesc as mulheres-pássaros, que simbolizam a força de quem sobreviveu ao impossível na época da escravidão.

Os balangandãs são amuletos para proteção contra energias negativas, que têm origem africana em tempos de escravidão, eram usados por mulheres negras escravizadas, libertas e livres, na Bahia, como um símbolo de identidade e resistência, para preservar a memória de tradições africanas.

“Ònà Irin: caminho de ferro”

  • Artista Nádia Taquary
  • Local: Sesc Belenzinho –  Rua Padre Adelino, 1000. Belenzinho – São Paulo
  • Até 22 de fevereiro de 2026
  • De terça a sábado, das 10h às 21h. Domingos e feriados, das 10h às 18h
  • Acessibilidade: Rampas, elevadores, pisos tátil, banheiros adaptados e outros equipamentos acessíveis.
  • Classificação indicativa: livre
  • Entrada gratuita
  • Telefone: (11) 2076-9700
  • sescsp.org.br/Belenzinho
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