Falta de infraestruturas é um dos principais problemas das comunidades | Reprodução/Agência Brasil

O Panorama Climático das Favelas e Comunidades Invisibilizadas aponta que 86% das favelas enfrentam eventos climáticos extremos ao menos uma vez no ano. A pesquisa, divulgada nesta terça-feira (14), foi feita pela Teto Brasil, em parceria com o Centro de Estudos das Cidades – Laboratório Arq. Futuro do Insper.

O levantamento mapeou 119 favelas espalhadas por todas as regiões do Brasil, em 51 municípios, o que representa cerca de 606.401 famílias em valores absolutos.

Segundo a pesquisa, 60% das pessoas que vivem nestas comunidades consideram estar em perigo no caso de tempestades e chuvas. Dentre os eventos climáticos de maior ocorrência apontados pelo estudo estão:

• Ondas de calor intenso: 71%;
• Tempestades e vendavais: 56%;
• Enchentes: 54%;
• Ondas de frio e falta de água: 50%;

Em relação à infraestrutura, 70% das comunidades não possuem abrigos para casos de emergência climática. Além disso, 60% das favelas não possuem obras de contenção para desastres ambientais.

O estudo também aponta que 69% das comunidades não têm acesso à rede de saneamento básico e 70% dos territórios não possuem sistema de drenagem. A falta destas infraestruturas deixa a população exposta a doenças, enchentes e riscos de deslizamentos.

“Precisamos trabalhar de forma coordenada e coletiva, buscando preparar as comunidades para a nova realidade climática, revertendo décadas de ausência de políticas públicas de maneira a garantir a dignidade e segurança para milhares de famílias que vivem em condições hiper precárias”, afirmou Camila Jordan, diretora de relações institucionais e Incidência da Teto Brasil.